O que são os géis e como usá-los?
Géis: sabemos que eles são os protagonistas do alongamento de unha e como será que eles conseguiram essa posição? Os géis, no primeiro momento, surgiram em diversas indústrias – a odontológica, a cosmética e até a dermatológica – e virou um sucesso assim que chegou. Claro que a indústria das unhas não ficaria de fora dessa e, nos dias atuais, o gel se tornou um grande aliado nos serviços de Nail Design.
Eles se tornaram os queridinhos de muitas pessoas, porque ele fornecia um visual natural e bonito e também era bem versátil para as profissionais. Além disso, sua tecnologia resistente e, ao mesmo tempo, flexível o tornou extremamente duradouro e com um ótimo custo-benefício. Por fim, a característica que o mais popularizou foi o baixo odor, propiciando um ambiente agradável no salão.
A ciência do gel
O gel, na verdade, é utilizado para se referir a forma e estado físico do produto e não suas propriedades em si. Os géis são misturas homogêneas de diversos monômeros acrílicos e possuem uma textura semi-sólida até a polimerização – quando ele vai se solidificar completamente. Eles apresentam diferentes tecnologias e componentes e, por isso, existem géis que curam na luz UV e/ou LED.
Acrílicos e géis
Tanto se fala em acrílico, polímero… mas você sabe o que é o acrílico?
Os acrílicos podem ser tanto monômeros (substâncias/moléculas pequenas) quanto oligômeros (diversos monômeros unidos). Eles são materiais sintéticos, que foram criados nos EUA, e são pertencentes à família dos termoplásticos. Ou seja, nosso sistema de alongamento utiliza plástico, porque são matérias-primas próprias para cosméticos e seguem os critérios dos órgãos da saúde (ANVISA, EC, FDA, ICMAD) que regulamentam sua utilização nesse tipo de produto.
Utilizamos acrílicos tanto no sistema de alongamento gel, como no sistema de alongamento líquido – a diferença está no processo de polimerização. Para o sistema de alongamento Acrílico, usamos iniciadores químicos, diferentemente do sistema gel que são iniciadores físicos. Mas isso pode ser um assunto para outro blog.
Agora você deve estar se perguntando, se os géis também são formados por acrílicos, qual a diferença entre os alongamentos de acrílico e os de gel?
Bom, a resposta dessa pergunta é simples, mas primeiro temos que diferenciar os acrílicos pré-existentes. Na família dos acrílicos existem os metacrilatos e os acrilatos.
Os metacrilatos vão compor, na sua maior parte, os acrílicos – eles possuem um odor forte e vão se polimerizar com a reação do pó e do líquido do acrílico, quando esses entram em contato um com o outro. Já os acrilatos estão presentes principalmente nos géis – eles não possuem um odor forte e são polimerizados após os fotoiniciadores (presentes na composição do gel) entrarem em contato com a luz.
Outros componentes
O principal componente você já sabe, todavia, a química do gel é complexa e é fundamental conhecer essa tecnologia para sanar as suas dúvidas e das suas clientes. Então, quais são as outras substâncias que criam esse produto maravilhoso?
Resinas curáveis por energia: são oligômeros que vão permitir a polimerização pela energia da luz;
Fotoiniciadores: esse ingrediente vai ser o principal responsável pela polimerização do gel. Ele vai absorver a energia das lâmpadas e convertê-las na energia necessária para solidificar o gel;
Estabilizadores: são componentes químicos que evitarão a alteração ou degradação do produto em seu período de validade;
Inibidores: essa substância vai evitar a polimerização prematura, ou seja, vai impedir que o gel se solidifique dentro da embalagem;
Pigmentos: eles são opcionais e são responsáveis por fornecer cor aos géis;
Solventes: são substâncias químicas responsáveis por dissolver (“diluir”) todos os componentes na mistura do gel.
Gel LED ou UV
Com certeza você já pegou um gel e leu o rótulo que era um gel LED ou UV. A diferença entre essas duas tecnologias está nos fotoiniciadores de cada um, ou seja, os dois vão polimerizar a partir de diferentes intensidades da luz.
Os géis são polimerizáveis em luz ultravioleta – que, no espectro da luz, corresponde a 100 a 400 nm (nanômetros) – elas não podem ser vistas pelo olho humano, mas fornecem a energia necessária para uma boa polimerização de géis, que precisa estar em 365 a 405 nm de comprimento de onda.
As lâmpadas fluorescentes de cabine atingem comprimento de onda próxima aos 365 nm, tendo maior emissão de energia que a luz LED, que varia na faixa de 400 nm.
O que determinará qual tipo de intensidade de luz realizará a cura do gel será o iniciador utilizado. A lâmpada fluorescente seria ideal para a polimerização de todos os géis se ela não tivesse menor intensidade energética, uma vez que ela perde energia para o meio. Essa perda não acontece com a luz LED, por isso, os géis com polimerização em lâmpadas LED tendem a aquecer menos.
Problemas e soluções com o gel
Cada gel exige uma técnica diferente, porque, embora todos tenham o mesmo objetivo – de fazer o alongamento das unhas -, elas têm diferentes componentes e formas para chegar nesse resultado final. Por isso, é fundamental fazer um curso profissionalizante antes de manusear qualquer produto.
O principal problema encontrado pelas Nail Designers é o descolamento. Às vezes, essa baixa adesão pode ser causada por uma preparação inadequada, mas a aplicação incorreta do gel na unha, também pode motivar esse problema. Uma dica é ficar bem atento à borda livre da unha: fazer movimentos circulares com o produto nessa região vai selar o gel e evitar que ele descole. Além disso, o gel não pode entrar em contato com a cutícula, porque, senão, esse problema seria recorrente.
Outro fator que deve ser destacado é o tempo de polimerização. Caso o gel não cure completamente ou cure demais, o alongamento pode apresentar bolhas, irregularidades e outras características que comprometem um serviço perfeito. Para evitar isso, sempre fique atenta à qualidade e intensidade da lâmpada. O tempo de exposição da unha à cabine também deve ser respeitado. Para curar corretamente, o gel deve receber energia da luz por cerca de 60 segundos. Além disso, as lâmpadas da cabine devem ser trocadas 3 vezes ao ano, caso contrário, elas não irão propiciar uma secagem adequada.
Por fim, atente-se sempre às necessidades da cliente. Cada unha tem sua característica única e conhecer os aspectos de cada leito ungueal é fundamental para um bom alongamento. E nunca esqueça de utilizar os EPIs para garantir a sua segurança e da sua cliente.
Como remover os géis corretamente
Os géis foram feitos para durarem por muito tempo. Entretanto, algumas clientes, por diversos motivos, podem querer tirar o alongamento das unhas. Um dos porquês pode ser por reações alérgicas, nesse caso, o gel tem que ser removido totalmente. E como fazer isso de forma correta?
A primeira maneira é deixar a unha natural crescer naturalmente e cortar o gel quando ele estiver localizado em toda a borda livre da unha. Entretanto, essa maneira exige tempo e, talvez, a sua cliente pode ter urgência em retirar o gel. Nesses casos, pode-se lixar tentando deixar a camada de gel mais fina possível, mas deve tomar cuidado para não lixar a unha natural.
Quando a cliente quiser tirar o alongamento por causa do desenvolvimento de alergias, é importante que você retire a extensão de toda a unha artificial, com o auxílio de uma lixa. Provavelmente, ao romper a selagem na borda livre, o gel vai perder, parcialmente, a adesão com a unha natural, o que vai ajudar a retirar o alongamento. Se isso não acontecer, utilize uma lixa de baixa abrasividade para eliminar todo o gel no leito ungueal e evitar danos nas unhas naturais.
E aí? Você sabia de todas essas curiosidades sobre os géis? Compartilhe nas suas redes sociais para mais pessoas saberem disso.
Até o próximo post 😉